sexta-feira, junho 29, 2012

Prefeitura quer proibir sopão grátis no centro de SP


Em um prazo de 30 dias, a Prefeitura de São Paulo quer acabar com a distribuição do sopão para moradores de rua realizada por 48 instituições que oferecem o serviço voluntário nas vias públicas da região central. Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, as entidades sociais poderão ser punidas caso não aceitem o convite de distribuir o alimento nas nove tendas da Prefeitura, como são conhecidos os espaços de convivência social que atendem os moradores de rua durante o dia. O secretário de Segurança Urbana, Edsom Ortega, disse que as instituições que insistirem em continuar oferecendo comida na via pública para a população de rua serão “enquadradas administrativamente e criminalmente”.

A afirmação foi feita por Ortega durante uma reunião com representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg) e da Associação Viva o Centro, na quarta-feira da semana passada. Procurado ontem pela reportagem, o secretário informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria antecipar que tipo de crime ou infração administrativa as entidades estariam cometendo.

A intenção da Prefeitura é fazer que os moradores de rua procurem os albergues à noite, onde são oferecidas refeições. O advogado Kleber Luiz Zanchim, da Associação Viva o Centro, disse que as entidades podem ser punidas apenas administrativamente pela distribuição irregular de alimentos.

“A Vigilância Sanitária impede a promoção de práticas que possam sujar a via pública. As entidades podem ser multadas e ter os veículos apreendidos”, disse. Segundo o advogado, as instituições não podem ser processadas criminalmente por fornecer comida na rua. “Só se esse alimento causar algum malefício para o morador de rua, como uma intoxicação alimentar ou sua morte”, explicou o advogado.

Para o superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, a medida proposta pela Prefeitura irá tratar o morador de rua com dignidade. “Eles poderão se alimentar sentados em cadeiras e usando talheres. Nas ruas isso é impossível”, disse Almeida. Segundo ele, a distribuição de comida pelas entidades colabora para que os moradores de rua não procurem pelos serviços oferecidos pela Prefeitura.

A instituição Anjos da Noite, que há 23 anos distribui alimentos para moradores de rua da região central, é contra a proposta da Prefeitura. “Amar o próximo é crime agora?”, questionou o presidente da Anjos da Noite, Kaká Ferreira, de 59 anos.

Segundo Ferreira, muitos moradores de rua não querem ir para os espaços da Prefeitura. “Nesse caso eles ficam sem comer? Uma coisa não anula a outra. Podemos oferecer a comida para quem está nas tendas, mas queremos atender os moradores que não vão para os albergues à noite”, afirmou Ferreira. Segundo ele, a entidade ainda não recebeu o convite da Prefeitura.


Nota do jornalista Ruben Holdorf: “Pois é, Ferreira, amar o próximo se transformou em crime para o prefeito Kassab. Exceções para os casos de amor entre pessoas do mesmo sexo. Kassab destruiu as placas, desempregou milhares, proibiu a circulação de trabalhadores em seus caminhões, desempregou outro tanto, proibiu o trabalho de ambulantes, deixando milhares à míngua. E tem gente (ou bicho) que vota nesse sujeito. A intenção da prefeitura não é oferecer refeições, mas conquistar eleitores para Kassab. O motivo é político, pois a maior parte das entidades que auxiliam no sopão não colabora politicamente com ninguém, e como parte delas pertence ou está conectada a iniciativas de religiosos, então o problema se agrava. Como o prefeito é simpatizante da causa homossexual, ele se torna inimigo das instituições religiosas, principalmente as protestantes e pentecostais, pejorativamente rotuladas pela mídia paulistana de ‘evangélicas’, como se católico não fosse evangélico. Se a Vigilância Sanitária impede a promoção da sujeira pública, por que não proíbe os pipoqueiros em torno dos estádios? Por que não proíbe a venda de alimentos em locais próximos a eventos e espetáculos? Quanta mentira sai da boca dessa gentalha ligada à prefeitura mais arrogante do País! A prova de que o sopão é a preferência de seus beneficiados está no fato de eles se recusarem a ir aos locais oferecidos pela prefeitura, optando por ficar ao relento, ao frio. Essa escolha mostra claramente o terror vivenciado por essas pessoas quando se trata de receber qualquer benefício público da administração do Kassab. Desde os tempos de Jânio Quadros não se via um prefeito tão vaidoso e arrogante. A intolerância contra os cristãos, judeus e muçulmanos genuínos molda-se gradativamente, prejudicando, inclusive, àqueles que necessitam da ajuda e manutenção social, moral, psicológica e espiritual, já que o Estado nada faz a não ser se intrometer indevidamente com interesses eleitorais e nada nobres.”

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