terça-feira, janeiro 29, 2013

Quando o Pai proíbe, obedeça

Em declaração ao portal Terra, o estudante João Vitório Tavares, 19 anos, diz que poderia ter sido mais uma das mais de 200 vítimas do incêndio na boate Kiss, ocorrido na madrugada de domingo (27), em Santa Maria, RS. Segundo ele, sua vida foi salva pelo pai. “Os guris já tinham me ligado umas setes vezes para ir para a Kiss, já tinha até me arrumado, mas meu pai trancou o pé na porta e não me deixou sair. Acabei dormindo e fui acordado por várias ligações me perguntado se eu estava bem”, disse o estudante. Ele perdeu ao menos três amigos na tragédia. “Poderia ter sido eu, era para eu estar lá”, pondera. “A ficha ainda não caiu, não sei como pode ter acontecido uma coisa dessas.”

A experiência do jovem João faz pensar nas proibições de Deus. Somos livres para escolher nosso caminho, mas não somos livres para dar as costas para as consequências dessa escolha. Mesmo quando Deus “tranca o pé na porta”, ainda podemos insistir e dizer “não”. Ele respeita nosso livre-arbítrio. Com lágrimas nos olhos (como fez o pai do filho pródigo), Ele diz: “Ok, filho, siga seu caminho, mas não se esqueça de que sempre estarei aqui, de braços abertos, para recebê-lo.”

Quando Deus nos adverte para evitar o consumo do álcool, Ele o faz porque sabe que essa invenção diabólica tem o poder de destruir famílias, vidas, carreiras. Quando Ele recomenda o sexo após o casamento, o faz porque sabe que o sexo é uma bênção (porque Ele o criou), quando praticado no contexto certo, com a pessoa certa, na hora certa; mas, quando usado com irresponsabilidade, o sexo é fonte de tristeza, frustração, desilusão e até doenças. Quando nos pede para escolher sabiamente os lugares que escolhemos frequentar, as pessoas com que vamos nos relacionar e os prazeres a que vamos nos entregar, Deus faz isso porque sabe que lugares, pessoas e prazeres podem representar bênção ou maldição; podem edificar ou destruir; podem refazer, recrear, santificar, revigorar ou desfazer, poluir e escravizar.

Relacione-se com Deus para conhecer a vontade dEle para sua vida. Reconheça que neste mundo somos todos “adolescentes inconsequentes” carentes da orientação do Pai. Ore, converse com Ele e leia a carta de amor que Ele deixou para você, a Bíblia Sagrada. Nela estão os conselhos e as orientações necessários para que tenhamos uma vida tão segura e frutífera quanto é possível neste mundo de pecado. E quando Deus “trancar o pé na porta” querendo bondosamente impedir sua passagem, fique feliz. Você tem um Pai que se importa com você.

Michelson Borges

segunda-feira, janeiro 28, 2013

De tragédia em tragédia

Durante a madrugada, várias viaturas trabalharam no auxílio às vitimas da tragédia:imagem 25É impossível não nos sensibilizarmos com a dor dos que perderam um filho, um irmão, um amigo na tragédia ocorrida na boate de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Centenas de jovens saíram de casa e podem ter ouvido um “divirta-se” ou “não volte muito tarde”, sem saber que aquilo significava um adeus. É claro que milhares de pessoas morrem todos os dias das mais diversas causas e nos mais diversos lugares, mas não se espera que jovens – tantos jovens (a maioria entre 16 e 20 anos, num total de mais de 230 pessoas) – se despeçam tão subitamente da vida quando acham que a estão “curtindo”. Os jovens raramente pensam que ao deixar suas casas podem estar se despedindo da vida. Na verdade, nenhum de nós costuma pensar que a vida é tão curta e frágil. Quase nunca pensamos que nosso carro ou nosso voo terminará envolvido numa tragédia, até que uma tragédia nos faz acordar para a realidade.
Tragédias como essa ocorrida na madrugada de domingo (27) têm a força de nos fazer acordar para a triste realidade da vida. Nos mantêm suspensos num transe, é verdade, mas joga em nosso rosto a dura verdade de que somos mortais e vivemos aqui apenas de passagem – uma rápida passagem sem volta.

Muitos jovens entraram na boate com identidade falsa (era um baile para maiores de 18), os seguranças (segundo testemunhas) tentaram impedir que a multidão saísse pela porta principal, havia irregularidades no estabelecimento (segundo os bombeiros). Saber disso, agora, não significa muito para quem perdeu um querido. Também não é hora de condenar quem não deveria estar no lugar errado, na hora errada. É hora de solidariedade, de oração pelos que sofrem, de ajuda no que for possível.

É hora, também, de nos lembrarmos de que este mundo não é um lugar seguro para se viver. Que a morte nos ronda a cada instante. E que multidões descem à sepultura sem ouvir falar de um mundo em que o prazer será real, a vida será eterna e a dor não mais existirá. Enquanto isso, enquanto a vida-pesadelo segue seu ritmo pontuada de tragédias, devemos pensar mais na vida real, que é nossa por causa da promessa daquele que nunca mentiu: Jesus.

Essa tragédia em Santa Maria me faz pensar que há dois mil anos outra tragédia, presenciada por uma santa mulher chamada Maria (e outros santos), vitimou o Deus-homem que viveu fazendo o bem. E foi essa tragédia que conquistou para nós o direito de um dia viver livres para sempre das tragédias. Você já aceitou essa oferta de salvação?

Agora é hora de sofrermos com os que sofrem e falarmos de esperança, afinal, somos todos personagens de uma tragédia chamada pecado – que logo chegará ao grande e esperado “the end” (João 14:1-3).

quarta-feira, janeiro 23, 2013

Armstrong e Oprah: Deus aceita uma mentirinha?

Armstrong e OprahArmstrong admitiu ter se dopado durante toda a carreira e tomado todo tipo de substâncias proibidas para melhorar seu rendimento nos sete títulos de Volta da França que ganhou. Depois de perder todos esses títulos e ser suspenso de forma definitiva do esporte, o segredo de Armstrong, ou a ‘mentira’ veio a público. O americano Lance Armstrong reconheceu seu erro, sua ‘mentira’ durante entrevista à jornalista Oprah Winfrey e garantiu não ter usado substâncias proibidas em 2009 e 2010, quando voltou a competir na Volta da França pela última vez em 2005.

Questionado se era possível vencer a Volta da França sete vezes seguidas sem fazer uso de substâncias proibidas, o ex-ciclista foi claro:
 
— Não, em minha opinião.

terça-feira, janeiro 08, 2013

BBB e tudo o que não edifica

bons_livros_para_ler_-_logoExistir ou não um programa como o BBB 13, você assistir ou não, tudo isso é questão de escolha. De decisão. De opção. Do tal livre arbítrio. Da faculdade dada aos seres humanos de selecionarem aquilo que desejam que faça parte de sua vida e isso inclui alimento físico, espiritual e emocional. BBB 13 não é um fato em si, é apenas parte de uma realidade maior. Não vou perder mais tempo discutindo o conteúdo do programa. Assunto amplamente debatido, motivo de discussões acadêmicas, filosóficas, religiosas, políticas, de comportamento, enfim, mais do que comentado. Para alegria dos que desenvolveram o tal programa com o objetivo de que justamente motivasse essa estratégica celeuma e isso se transformasse em audiência e patrocínios.

Quero pensar em tudo aquilo que edifica. Levo em conta o que Deus estabelece como parâmetro para definir o que é ou não edificante. Na Bíblia, Deus declara que tudo o que é puro, santo, de bom gosto, que suscita louvor, que seja isso que ocupe a nossa mente e, por conseguinte, nossas conversações, nossa apreciação, nosso tempo. Não há meio termo para isso. Ou edifica ou não. Ou concorre para meu crescimento espiritual ou não. E nem sempre tem de ser algo religioso. Precisa ser edificante. Vai além do que meramente compreendemos.

Trata-se de conteúdo que edifica, constrói, erige, dignifica, engrandece, enobrece e por aí vão os sinônimos. Ultrapassa a ideia do consumo de programas de TV, web ou rádio ou mesmo música. Tem a ver com a recreação, com a conversação descontraída do cotidiano (que não é proibida e nem pecaminosa), com o relacionamento que temos uns com os outros.

Eu quero algo que edifique minha vida e de minha família não porque desejo estar isolado das pessoas ao meu redor. Absolutamente. Quero algo que edifique, porque entendo que esse é o melhor idealizado por Deus para mim. É uma questão, inclusive, de amor próprio. Sei que o conteúdo absorvido por mim refletirá o tipo de caráter que desejo desenvolver. Cada um se torna conhecido por aquilo que lhe caracteriza. Quem come lixo está associado ao lixo e não à limpeza. Quem consome material pornográfico está conectado a isso. É inevitável essa relação. E isso é transmitido de geração em geração. São criados costumes, hábitos e práticas que se transformam até em nefastas tradições. É o que somos em essência e que se torna referência para os que vêm na sequência.

A escolha do que edifica ou não tem repercussão eterna. É mais do que apenas um programa ali ou acolá. Tem a ver com a luta que travo contra minhas preferências ruins decorrentes da minha condição pecaminosa em contraste com o que Deus determina. E determina porque sabe invariavelmente o que é melhor, o que é de qualidade e que faz bem integralmente para cada um de nós.

Quer ser edificado? Leia bons livros (bons, que obviamente narrem algo que seja compatível com o estilo de vida que você deseja ter), veja bons programas na mídia em geral, busque assuntos dignos de serem pronunciados com os amigos. Mas antes de tudo esteja ligado a Cristo. A fonte edificante determinará conteúdos edificantes. Não há como ser diferente. É uma luta árdua sim. Diária. Constante. Veemente. Mas que só pode ser vencida por Deus.

Saul e Davi: decisões para destinos diferentes

imagemfbTão próximos, tão parecidos, tão intimamente ligados pelos laços familiares, porém com vidas tão distintas.

Saul, o filho de Quis, escolhido por suas habilidades incríveis para a guerra. Homem apontado pelo povo para lutar as importantes lutas contra a variedade de inimigos que ameaçavam a soberania de uma nação que parecia perder sua identidade cada vez mais.

Um povo que era constantemente lembrado de suas proezas do passado, quando, pela mão divina, vencera obstáculos aparentemente intransponíveis. Mas que se esquecia disso e insistia: queremos um rei. E tinha de ser Saul. Belo, amado, guerreiro, contundente, obstinado, o homem certo para o momento certo. Na visão de um povo que não dava mais ouvidos ao velho profeta Samuel, ao idoso que agora falava sozinho. Sua voz contrária a essa ideia não tinha mais eco. Para tantos, era Samuel tentando impedir o povo de ser feliz e se consolidar como força militar contra os aterradores vizinhos. Saul enfrentou os filisteus. Angariou vitórias significativas que ficaram marcadas na mente dos cidadãos que apoiaram seu reinado.

Do outro lado, estava Davi. Filho de Jessé, piedoso jovem. Um humilde pastor de ovelhas, com simples tarefas e um simples lugar, não o preferido e nem o mais cortejado de sua casa. Quase esquecido pelo pai quando esse foi questionado pelo profeta sobre quem poderia ser ungido como futuro rei. Davi. Talvez não tão belo, mas também afeito a guerras e lutas. Corajoso, bem focado na missão de defender o seu povo das mãos dos inimigos. Enfrentou e venceu o temido Golias. Ganhou notoriedade. Passou a ser quase uma celebridade.

Saul e Davi. Ambos guerreiros que se consideravam chamados por Deus para batalhar, desde que a causa fosse a favor do Senhor. Tornaram-se, cada um a seu modo e a seu tempo, favoritos de boa parte do povo. Dividiram a nação quanto a preferências. Mas o tempo e suas decisões os diferenciaram Criaram dois partidos. Duas facções. Dois caminhos. Duas maneiras de se conduzir nessa guerra chamada vida.

Saul se tornou cheio de si, impávido, imaturo, incapaz de ouvir conselhos e de entender quando parar e quando agir. Desobediente, trouxe para si o desagrado divino. Mesmo assim, teimou em não sair do trono que começava a deixar de ser seu. Cometeu vários erros e deles não se arrependeu. Perseguiu a Davi. Pura inveja. Perdia o favoritismo, que era tudo o que tinha de mais valioso…a coroa já estava saindo de sua cabeça. Saul decidiu que não seria um rei-servo. Seria um cabeça dura até o fim. Faria o que os insensatos faziam, perseguiria a um inocente. Sua marca ficou: desobediente.

Davi fugiu, fez aliança com o filho de Saul, deixou que Deus o direcionasse até a hora de assumir o reino. Foi perseguido, chegou a mentir em alguns momentos, dissimulou, mas não deixou de confiar em Deus. Era o favorito, mas isso não era o mais importante para ele. Preferiu depender de Deus. O Senhor o conduziu até o trono. Davi não buscou a glória, deixou de matar Saul seu principal opositor, teve misericórdia para com a geração do invejoso primeiro rei de Israel.

Os dois não foram perfeitos. Davi adulterou, provienciou para que o marido traído fosse morto na frente de guerra, mas se arrependeu sinceramente. Seria assim até o fim, um homem que aceitava a condução divina mesmo quando se desviava e voltava ao plano original. Faria o que os sensatos fazem. Deixaria Deus realmente lhe mostrar o caminho a seguir. Sua marca ficou: um homem segundo o coração de Deus.

Quem era o melhor? Saul ou Davi? Não havia melhores. Havia decisões diferentes que levaram a destinos diferentes. Não foi Deus quem definiu que Saul entraria para a história como o vilão e Davi como mocinho. Eles escolheram deliberadamente. E assim assumiram as consequências.

sexta-feira, janeiro 04, 2013

Pesquisa mostra que música piorou nas últimas décadas


A música piorou nas últimas décadas. O que parece relativo quando dito por um crítico ganhou tons científicos com um estudo realizado pelo Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha. Pesquisadores, através de programas de computador, analisaram 464.411 músicas populares do Ocidente lançadas entre 1955 e 2010, incluindo pop, rock, hip-hop, folk e funk. Com os resultados obtidos, avaliaram tendências com o passar dos anos. As diferentes transições entre combinações de notas diminuíram de número nas últimas décadas. A variedade de timbres na música pop também caiu significantemente desde os anos 1960. Sobre esse fato, a conclusão dos pesquisadores é que os compositores tendem a se manter fiéis às mesmas qualidades de som obtidas anteriormente. O volume, porém, tem aumentado desde 1955, em uma “espécie de corrida pela música mais alta”. 

Para a pesquisa, primeiramente foram avaliados elementos como timbre, tom e volume. Depois, observaram-se as diferentes tendências das características ao longo dos anos. A cada batida, os computadores representavam as informações obtidas através de números. Com isso, foi possível identificar diferenças nas harmonias, melodias e acordes, além da intensidade em que eram executadas. Para cada timbre, as ondas foram medidas e avaliadas em relação à sonoridade obtida através das combinações com os outros instrumentos e efeitos. 

A partir dessa fase foi construído um vocabulário musical. Através da associação de palavras aos números, foram criadas espécies de textos que podem representar um estilo musical de determinado ano ou época. Dessa maneira, foi possível descobrir padrões estatísticos sobre a variedade de “textos” surgidos em determinado período, a frequência em que foram usados e os mais comuns ao longo do tempo. 

“Nessa fase, observou-se um fenômeno literário em que a palavra mais repetida é duas vezes mais escrita do que a segunda mais repetida, que por sua vez aparece três vezes mais que a terceira. O mesmo padrão se repete na música”, explica Joan Serrà, autor da pesquisa junto com Josep Lluís Arcos. 

(O Globo) 
 
Nota: Nas festividades de fim de ano, isso fica ainda mais evidente. O que se ouve pelas ruas é somente barulho. Não existem mais melodia e harmonia. Tudo se limita a ritmo - ou pior, ao tal "bate-estaca" ou "pancadão". É o "estilo do momento", dizem alguns. Deve mesmo ser puro modismo, pois é difícil imaginar que alguém realmente goste daquele estrondo batendo incessantemente nos ouvidos. Ou vai ver que a decadência humana chegou a tal ponto que realmente exista quem considere aquilo música. Gostaria que a música religiosa não fosse tanto produto (também) da cultura que rodeia os músicos...[Michelson Borges]