domingo, junho 23, 2013

Considerações sobre as Manifestações Populares

Ao acompanhar durante os últimos dias os momentos delicados e complexos que o Brasil vive com a onda de manifestações que percorrem todo o país, fico a considerar o que motiva tais ações. De fato, muitas coisas precisam mudar em nosso país, todos querem o melhor. O mundo em que vivemos, lamentavelmente, tem ido de mal a pior. O que levou milhares de pessoas às ruas participar dos protestos foi o desejo de lutar contra a injustiça vista por todos os lados. 


Porém, algumas afirmações que ouvi me incomodaram, por exemplo: “entre os manifestantes, há uma minoria que está vandalizando”. Sim, trata-se de uma minoria, mas que causa grande prejuízo e desconforto à população, cujo preço será pago pela mesma. Portanto, considero uma atitude intolerável. Assisti uma reportagem na TV cuja cena era de vandalismo e, na sequencia, um grupo de jovens cantava: “...Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra...”, trecho do hino do Estado do Rio Grande do Sul, e mais cenas de violência entre manifestantes e policiais. Não, desculpem-me, que tais atos não sejam modelo para outros.


Entre muitos atos pacíficos, manifestantes de várias cidades cobram uma postura melhor das autoridades. Como cristão opto por não participar de tais manifestações, mas respeito a todos que se envolvem. Aliás, já saí às ruas também para chamar a atenção da sociedade para o bem. Acredito que a Bíblia é a nossa guia segura sempre. O que vejo ocorrendo pelo Brasil está de acordo com a Palavra de Deus conforme os seguintes textos do livro de Provérbios: "Quando os honestos governam, o povo se alegra; mas, quando os maus dominam, o povo reclama” (Prov. 29:2). E também: "Quando o governo é justo, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça" (29:4).

Mas a boa notícia é que todos os que aceitam a Jesus como Seu Salvador poderão estar com ele num mundo melhor, se tão somente agirem conforme Sua vontade. Lute pelos seus ideais, mas não esqueça: estamos aqui neste mundo apenas de passagem. Veja o que está escrito no livro de Hebreus 11:16: “Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.” Que maravilha será estar neste lugar onde a paz e a harmonia reinarão!

Por fim, te convido a considerar o exemplo de Jesus, a maneira como Ele enfrentou as adversidades e injustiças quando neste mundo viveu. Todo verdadeiro cristão encontra na pessoa de Cristo forças para suportar/superar os momentos difíceis, lutando sempre corretamente e na certeza de que seus esforços não serão em vão.

“O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os abusos — extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-Se afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração”. (O Desejado de Todas as Nações, 358).

terça-feira, junho 18, 2013

Manifestações sociais no Brasil e o contexto bíblico

As manifestações organizadas e sistemáticas em vários pontos do Brasil não podem ser desconsideradas e nem lidas apenas sob um ponto de vista. Vários são os fatores que proporcionam essa nova realidade em um país que sempre foi caracterizado por um povo passivo diante de injustiças sociais. E isso tudo é sintomático. Não se trata de algo casual ou descontextualizado. A mídia convencional não tem condições de minimizar os efeitos disso, pois a tecnologia fez com que qualquer pessoa, via seus perfis pessoais na Internet e equipamentos móveis, reportasse o que tem ocorrido há alguns dias em todo o País.

Vamos, porém, a alguns aspectos que podem falar sobre a origem disso. Há uma forte e crescente insatisfação de uma parte dos brasileiros com a corrupção generalizada nas instituições políticas e partidárias formais. A popularização do uso de redes sociais virtuais também colabora para que seja mais fácil chamar a mobilização de um grande número de pessoas (mais de 60 mil se somarem todos os pontos de manifestações). As más notícias sobre inflação dos preços dos produtos e serviços e risco de perda de poder de consumo também ajudam a compor um cenário geral de descontentamento popular.

Mas quero olhar sob outro prisma essas manifestações. A Bíblia deixa claro que todos são livres para se expressarem da maneira que desejarem. Deus concedeu o livre arbítrio, ou seja, a possibilidade real de decisão autônoma sobre a vida. E quem participa de manifestações assim tem todo o direito de caminhar pacificamente em prol de uma causa na qual acredita. Há liberdade, também, para os que preferem realizar caminhadas de oração e compreendem que também estão agindo em prol do seu semelhante.

Violência – A Bíblia, no entanto, condena a violência contra pessoas ou mesmo patrimônio público e privado. Em Provérbios 10:6 é dito que “sobre a cabeça do justo há bênçãos, mas na boca dos perversos mora a violência” (versão Almeida Revista e Atualizada). Nada justifica destruir algo que é de todos ou mesmo colocar em risco a vida do semelhante. E, por mais que os líderes das manifestações aleguem, a existência desse tipo de ação sempre abrirá espaço para algum tipo de violência. Tanto da parte dos manifestantes, quanto da parte da polícia que inevitavelmente vai agir para reprimir o que considerar ameaça à segurança pública.

O palco – Li alguns textos interessantes da escritora norte-americana e uma das fundadoras da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Ellen White, a respeito desse assunto. E percebo como realmente profeticamente já se falava sobre o fato de as grandes cidades se tornarem palco de ações como essas manifestações. Textos do século retrasado ou passado são bastante atuais. No livro Testimonies for the church é dito que “não há muitos, mesmo entre educadores e estadistas, que compreendam as causas em que se fundamenta o presente estado da sociedade. Os que detêm as rédeas de governo não são capazes de solver o problema da corrupção moral, da pobreza, do pauperismo (miséria e extrema pobreza) e da criminalidade crescente. Estão lutando em vão para colocar as operações comerciais em bases mais seguras. Se os homens dessem mais atenção aos ensinos da Palavra de Deus, encontrariam solução para os problemas que os assoberbam”.

As grandes cidades do mundo são e ainda serão palco de muitas tragédias sociais como as que assistimos preocupados no Brasil. Mas em vários outros países isso tem ocorrido regularmente. E infelizmente pouco se vê em termos de avanços sociais a partir desses embates com repercussões quase sempre violentas. Em outros livros, Ellen White aconselha as pessoas a viverem fora dos grandes centros, mas a se envolverem com a missão evangelizadora nas grandes cidades. Parece um paradoxo, mas não é. Os cristãos, que se pautam pela Bíblia Sagrada, devem trabalhar para levar a mensagem divina a todos, inclusive nas grandes cidades. Por outro lado, a vida em lugares mais afastados oferecerá melhores condições de saúde mental e física.

O que as grandes cidades talvez precisem tanto não são passeatas, originalmente pacíficas, mas que dão margem em seu entorno a vandalismo e violência generalizada. As grandes cidades precisam de uma intervenção de Deus. E isso se dará por meio de pessoas realmente motivadas pelo Espírito Santo que deverão fazer a diferença na sociedade. Mas e as injustiças sociais desse mundo? Ao que tudo indica e podemos ver, são consequência do pecado e não irão cessar, nem pela realização de passeatas ordeiras, muito menos porque alguns estão quebrando tudo o que vem à frente ou colocando fogo em veículos. Serve para nossa reflexão. O conflito é outro…

Por Felipe Lemos, jornalista.

terça-feira, junho 04, 2013

Ministério da Saúde glomouriza prostituição

Com o objetivo de reduzir o estigma da prostituição e a associação feita entre as profissionais do sexo e doenças como a aids, o Ministério da Saúde lançou, no último fim de semana, uma campanha para dar visibilidade e respeito às prostitutas. Feita pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, a mobilização comemorou o Dia Internacional das Prostitutas em 2 de junho com panfletos e vídeos protagonizados por mulheres que trabalham com o sexo. Em um deles, a frase “Eu sou feliz sendo prostituta” ganha destaque. O material, elaborado em uma oficina de comunicação em saúde em João Pessoa (PB), estará circulando na internet até dia 2 de julho. A campanha homenageia ainda Rosarina Sampaio, fundadora da Federação Nacional de Trabalhadoras do Sexo, que morreu no último dia 25 de março. 


Nota: Uma coisa é valorizar a mulher (ser humano) que, por um motivo ou outro, acaba enveredando pelo caminho da prostituição. Outra é valorizar a prostituta. Como o governo pode glomourizar uma “profissão” que avilta a dignidade feminina? Como pode enaltecer uma “profissão” que expõe pessoas aos riscos inerentes ao sexo promíscuo e a todas as consequências deletérias da prostituição para a sociedade? O Ministério da Saúde já vem fazendo algo parecido em suas campanhas pelo sexo seguro durante o Carnaval; campanhas que, em lugar de promover o verdadeiro sexo seguro (no contexto do casamento monogâmico heterossexual), ajudam a difundir a promiscuidade e um comportamento que deixa sequelas não apenas físicas (as menos piores), mas emocionais e espirituais. É mais um desserviço estatal.[MB]