segunda-feira, junho 04, 2012

"Fantástico" faz matéria tendenciosa sobre Aluna expulsa do IABC


Por Marcelo Karma
Estudando há 7 anos em um internato Adventista, já me acostumei a ver muitos casos de desligamento de pessoas do colégio, por conta do descumprimento das regras. Todos os anos isso acontece, e, mesmo quando me formar e já não pertencer mais ao internato, sei que esses casos continuarão a acontecer. 
Pessoas infringindo regras claramente conhecidas e sofrendo as penalidades, isso existe em qualquer lugar. Enquanto o mundo for mundo, sempre haverão pessoas fazendo o que não devem onde não devem. É um mal comum ao ser humano. Infelizmente, outro mal comum que vem logo após este é o fazer-se de vítima, e em seguida, demonizar aquele que lhe aplicou a pena devida pelo seu erro.
A estudante Arianne Pacheco Rodrigues, 19 anos, entrou com uma ação judicial contra o Instituto Adventista Brasil Central (IABC), um colégio interno em Planalmira, distrito de Abadiânia, no interior de Goiás. Expulsa da escola por contato físico, a ex-aluna alega ter sido vítima de “homofobia”. Vejamos aqui, em seguida, parte das normas exposta na Norma da Instituição, a qual é previamente informada e esclarecida ao aluno e aos responsáveis ao contratar os serviços do colégio:
De acordo com o item 8 – Das Faltas Graves -, das Normas Internas da Instituição Adventista, são vedadas ao aluno, dentre outras condutas:

 “furto; uso ou porte de cigarro, bebida alcoólica, droga ou armas; ato sexual; certos tipos de agressões físicas verbais e outras, conforme considere a Comissão para Desenvolvimento Estudantil. (grifo nosso)

   Este mesmo estatuto especifica as faltas que são consideradas graves, listando entre elas “o ato sexual".

A letra ‘h’, do subitem 1.1, do item 1. Itens Gerais, determina que:

“h. Lembre-se de que em seu namoro (que só ocorrerá com a permissão dos pais) não é permitido contato físico, seja nas dependências da escola ou em atividades externas em que você a esteja representando.”
O fato aconteceu em novembro de 2010. A diretoria da escola havia descoberto um envolvimento sexual entre duas alunas, que já estavam cientes das normas religiosas da instituição particular. Após reunião com a comissão disciplinar, os pastores e professores que analisaram cartas de amor trocadas entre as alunas, e ouviram depoimentos de colegas,  decidiram que elas deveriam ser desligadas da instituição.
Arianne alega que as cartas foram obtidas de forma ilegal do seu armário. Porém, a Instituição declara que "A despeito do que alega, as correspondências mantidas entre a autora e a aluna que esta se envolvia, não foram obtidas pela direção da Instituição de forma ilegal ou com arrombamentos de armários, mas absolutamente dentro das normas regimentais do IABC, conforme autoriza as Normas Internas, em sua letra “d”, do subitem 2.1 – Objetos Pessoais, do Item 2. Residenciais, que assim disciplina: “d. Os preceptores poderão, quando necessário, averiguar seu quarto e pertences para garantir o bem estar e a segurança de todos”".
A ex-aluna, que se diz “traumatizada”, entrou com um processo contra a escola logo após ser desligada, exigindo R$ 50 mil de indenização por “danos morais”, e o caso está em andamento na Justiça. Porém, essa figura de "vítima" não condiz com a realidade.
Conforme Ata da Instituição, Arianne já possuía desde sempre comportamento rebelde em relação às regras do colégio:
"Em boa e cristalina verdade a aluna Arianne Rodrigues sempre apresentou comportamento instável no período em que estudava na Instituição Adventista, conforme se pode verificar das ocorrências que foram lançadas em sua pasta estudantil desde 2007.(docs.     )

Pela quantidade das ocorrências absolutamente negativas em anos sucessivos - 2007/2010 -, se pode vislumbrar o desprezo da autora pelas regras de conduta que norteiam a boa convivência no ambiente estudantil.

“Tentativa de faltar as aulas”, “desrespeito aos professores”, “desinteresse pelas aulas”, “falta as aulas”, “conversas em excesso”, “ausência dos deveres de casa”, “notas abaixo da média” e “atrasos aos horários das aulas” faziam parte do cotidiano da autora.

Apesar das oportunidades reiteradas que se concedia a autora, o desprezo e o desrespeito as normas internas eram patentes e reincidentes".

O mais engraçado, é que essa parte, o Fantástico não teve o mínimo interesse em averiguar. Conveniente, não? Pintar a falsa figura de uma aluna exemplar, que foi injustamente expulsa do colégio sem chance de se defender, como se isso fosse a realidade. Mas esperar veracidade de um veículo da Globo é esperar demais.
A reportagem do Fantástico foi até Orlando para conversar com as duas e divulgar a “tortura psicológica” supostamente sofrida por Arianne, que se diz vítima de “homofobia”.

O Fantástico quis conhecer a posição da escola, com motivação supostamente imparcial, mas o colégio negou as acusações de “homofobia” lançadas pela ex-aluna e divulgada pela Globo. Wesley Zukowski, diretor da escola adventista, respondeu: “A verdade é que ela infringiu uma regra clara da escola e, por isso, recebeu a sanção do afastamento, a questão da intimidade sexual. O afastamento do aluno independente se é um relacionamento homossexual ou heterossexual. Ele recebe a mesma conseqüência”
Segundo a reportagem do G1, a "verdadeira" motivação da expulsão se encontra escrita na Ata feita pela instituição, e transcreve o texto "postura homossexual reincidente", como se o desligamento tivesse ocorrido apenas pelo fato da garota ser homossexual. Vamos ver o que o texto da Ata diz na íntegra:
"A Instituição Adventista, através de sua Comissão Disciplinar, analisando o caso da autora em 26 de outubro de 2010, decidiu em Ata, votar pela não matrícula da aluna Arianne Pacheco Rodrigues por postura homossexual reincidente e contato físico com meninos e meninas do internato. (Atas 11 e 12, docs.   )"
A garota foi desligada por "postura homossexual REINCIDENTE e contato físico com meninos e meninas do colégio", ou seja, o colégio se refere ao TIPO de contato, que foi homossexual e que é REINCIDENTE, ou seja, ela praticou mais de uma vez dentro do colégio. E, como diz o restante da frase, houve contato físico tanto com meninos quanto com meninas. Um texto fora do contexto vira a ladainha que o Fantástico mostrou.
Em 7 anos de internato, vi e tenho visto homossexuais estudarem no IASP (Instituto Adventista São Paulo), inclusive em regime de internato, sem, no entanto, sofrerem qualquer tipo de discriminação por conta da direção do colégio. Todos os que cumpriram e cumprem com as normas da instituição permanecem estudando nela até o fim, sem qualquer problema ou preconceito. Porém, ao mesmo tempo, já perdi as contas de quantos heterossexuais foram desligados do internato por contato físico, desde que entrei aqui. É claro que já houveram também casos de desligamento por contato sexual homossexual, mas comparado aos casos de heterossexuais, não chegariam a um terço.
O Fantástico e a Rede Globo são, sabidamente por muitas pessoas, um instrumento de manipulação das massas, de mudança de conceitos e dos costumes da sociedade. Como comenta Júlio Severo em seu Blog, "O Fantástico é o mesmo programa que veiculou a confissão recente de Xuxa se dizendo vítima de abuso sexual e que, constatando a elevada audiência com a confissão, entrou na luta contra a pedofilia. O Fantástico só parece não ter se dado conta de que a Globo, sua produtora, tem um histórico de décadas sexualizando e erotizando as crianças do Brasil. Xuxa, a coelhinha global dos baixinhos, teve papel de destaque nessa sexualização e erotização".
Assim como funcionava como instrumento nas mãos da ditadura militar, hoje serve aos propósitos dos grupos que mais lhe possam dar retorno, entre eles, o PT e a militância Gay. Veja que, segundo Julio Severo, "a oposição à conduta homossexual não é uma atitude restrita aos adventistas, aos evangélicos ou aos católicos. Pesquisa de instituto ligado ao PT apontou, em 2009, que 99 por cento da população do Brasil se opõe, em menor ou maior grau, ao homossexualismo" porém, "em vez de respeitar os sentimentos da vasta maioria da população, o governo petista prefere impor sua própria opinião ideológica pró-homossexualismo. Nesse aspecto, a Globo e outros grandes veículos de comunicação andam de braços dados com o governo, igualmente impondo sobre a população uma visão homossexualista elitista, frontalmente contrária aos sentimentos do Brasil. E agora deixam claro que, usando e abusando de casos isolados, aplicarão o mesmo bullying ideológico em instituições religiosas particulares. "
Acredito que isso já é o suficiente para mostrar o quanto é sem nexo e mentirosa a acusação de homofobia da garota, veiculada pelo Fantástico. Ela sabia o que estava fazendo, sabia das regras do colégio, foi expulsa por justa causa, e agora, levianamente, tenta culpar o Instituto por suposta dor ou dano que na verdade  foi causado por ela mesma, pelas consequências de suas próprias escolhas. O Fantástico, como já é de costume distorcer os fatos, pintou a figura da ex-aluna como a pobre vítima do colégio "medieval" e homofóbico, mas quando se vê as reais ocorrências dentro da Instituição pelos registros do colégio, percebe-se que a reportagem foi feita de maneira tendenciosa e inverossímil. 


Com informações do G1 da Globo e do Blog Julio Severo. 


Fontes: 
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/06/aluna-expulsa-por-namorar-colega-acusa-colegio-de-homofobia-em-go.html 
http://jadesousa.blogspot.com.br/2012/06/postura-da-iasd-diante-do-caso-da-ex.html 
http://juliosevero.blogspot.com.br/2012/06/aluna-expulsa-por-praticar-lesbianismo.html 

Um comentário:

Anônimo disse...

O problema está justamente na ATA. Ao incluir a palavra "homossexual", no texto da ATA, acabou configurando crime.

Por mais que a menina tenha pintado e bordado, dando milhões de motivos para ser expulsa do colégio, a instituição errou ao colocar a palavra 'homossexual'.
Isso, jogou tudo por água abaixo.

Seria o mesmo que pegar uma pessoa rebelde e indisciplinada, que vive dando motivos para ser expulsa e ao exemplificar os motivos de sua expulsão, dizer que, entrelinhas, não será admitido por ser negro ou judeu ou deficiente físico ou ateu.

Isso configura discriminação e joga por terra, toda a razão e motivo de se expulsar o/a aluno/a.


Quisera colocar "conduta promíscua", "postura sexual reincidente". Mesmo que a globo tenha mostrado só a parte que interessa, não deveria existir essa parte, "postura homossexual..."

Perante a justiça, a instituição poderá alegar qualquer coisa, mas esse documento, a ATA é forte e acabou passando, sem querer, toda a razão para a menina, mesmo ela não tendo razão.

Era só não colocar a palavra "homossexual" na ATA e este assunto, não estaria bombando assim.