
Um blogueiro anglicano analisou a questão sob outra ótica: “Particularmente, não me senti nem um pouco ofendido ao ver uma ativista gay pregada numa cruz. Afinal, Jesus não morreu somente por héteros. Na cruz, Ele Se identificou com os excluídos, os oprimidos, os marginalizados, e ao fazê-lo, assumiu em Si todos os nossos pecados e mazelas, sejam de que natureza forem, inclusive sexual. Não há dilema humano que não caiba na cruz. [...] O que vi representado naquela cena foi o sofrimento de um segmento que tem sido vítima de nosso preconceito, nojo e ódio. O que deveria nos incomodar não é a cena em si, mas aquilo que ela pretende denunciar. [...] O que para alguns pareceu um insulto, para mim soou como um pedido de socorro.”
Desta vez, pode ser. Mas houve ocasiões em que, durante uma parada gay, na Jornada Mundial da Juventude (católica) e no Rio de Janeiro, figuras e símbolos religiosos católicos foram realmente vilipendiados. Aí a história é outra... Respeito se conquista com respeito.
Mas o fato de a ativista usar uma cruz para reivindicar respeito talvez não chegue a caracterizar desrespeito. Quando era jovem e católico, eu mesmo participei de uma encenação em que fui “crucificado” (confira). E embora essa não seja, evidentemente, a melhor maneira de defender uma ideia (hoje, naturalmente, penso de modo diferente), meu sentimento naquela ocasião não foi o de um blasfemador, muito pelo contrário. Eu já amava Jesus e valorizava o que Ele fez por mim. Quem pode julgar o que se passava no coração daquela “crucificada” na Paulista?
De qualquer forma, ainda que fosse uma ofensa calculada para atingir os cristãos (e não estou dizendo que desta vez foi), nosso Mestre nos orientou a orar pelos que nos perseguem (Mt 5:44). Não foi?
Por Michelson Borges
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