terça-feira, novembro 21, 2006

Conseqüências do culto à forma


Foi destaque na mídia nacional e capa das três principais revistas de informação do País a morte da jovem Ana Carolina Reston Marcan. A anorexia tirou-lhe a vida aos 21 anos e com o peso de uma menina de 11.
A reportagem da IstoÉ começa assim: “Na infância, a paulista Ana Carolina Reston Marcan usava sempre a mesma resposta para fugir dos doces oferecidos pelos primos na piscina da chácara em que foi criada, em Jundiaí, SP: ‘Não quero, não quero. Vou engordar se comer doce, a moça falou na televisão. Quero ser modelo e não posso engordar.’ Tinha oito anos, os olhos esmeralda, a pele alva, a perna fina, os dedos longos e a precoce certeza de quem havia decidido o seu caminho.
Na casa de cinco quartos, desarrumava gavetas e armários para desfilar fazendo caras e bocas. Ela mergulhou fundo na determinação de conquistar os estúdios e as passarelas – e também na de comer pouco. Cada vez mais pouco. Tão fundo que encontrou rápido os estúdios e as passarelas do Brasil, do México, do Japão e da China, mas também uma anorexia nervosa devastadora e um violento processo de bulimia. E a morte.
"Época informa que a anorexia tem uma taxa de mortalidade da ordem de 10% a 20% e ceifa proporcionalmente mais vidas que a depressão ou o alcoolismo. Estima-se que 1,4 milhão de brasileiras sofrem de anorexia.
“A Carol não sucumbiu às pressões de uma agência em particular, mas de um mercado grotesco. Eles não querem seres humanos, e sim cabides”, ataca Mirtes Reston, tia da modelo. O que me admira é o espanto hipócrita de uma mídia que vive uniformizando os padrões de beleza e dando destaque ao culto da forma física “perfeita”. Volta e meia, as capas das publicações nacionais (e internacionais) estampam corpos bem torneados (fruto de horas e horas de exercícios intensos – coisa para poucos – ou de manipulação de imagens no computador).
Obs.: Falando em manipulação de imagens, a Superinteressante deste mês (11/06), na seção “SuperRespostas”, explica como se faz isso: “As mulheres perfeitas que você vê em revistas masculinas (quase sempre) só existem lá mesmo. Sem o trabalho de fotógrafos, maquiadores e tratadores de imagem (quase) todas elas têm as pequenas imperfeições de uma pessoa normal: celulite, estrias, espinhas, pneuzinhos... Todas as fotos recebem tratamento, mesmo que só para ajustar a tonalidade das cores.” Assim é fácil!
O que você acha que essa superexposição de corpos “perfeitos”, a abundância de comerciais com produtos para emagrecer ou “turbinar” partes do corpo e a associação do sucesso à beleza fazem com a mente de muitas pessoas? Os que têm condições, vivem em busca desse alvo, calcado na vontade de ter e não de ser. Os menos abastados (e principalmente as menos abastadas), sofrem a angústia da competição injusta com a moça da TV ou da capa da revista.
No livro A Batalha de Todo Homem, há um trecho que quero transcrever aqui:
“As revistas nas prateleiras do supermercado podem dizer: ‘Fantasias para uma vida sexual melhor.’ O programa de entrevistas pode dizer: ‘Permita que a variedade melhore sua vida sexual – o adultério pode ser uma boa idéia!’ Mas, no reino de Deus, a obediência sempre termina em alegria, paz e, neste caso, palpitações.“Você pode contar com uma compensação sexual resultante da obediência. Se sua esposa for magra ou gorda, cheia de ondas ou enxuta, quando você concentrar toda a atenção em ‘sua fonte’, ela se tornará ainda mais bonita para você. Seus pontos fracos se tornarão sensuais porque eles são somente seus. Eles são tudo o que você tem, e você pode apreciá-los e permitir que preencham você.“Talvez isso não nos surpreenda muito. Afinal, os padrões de beleza não são fixos. Séculos atrás, os pintores grandes e famosos retratavam mulheres roliças e pesadas como a beleza absoluta. Na década de 1920, a mulher magérrima de peito reto reinava. Na década de 1960, as garotas com seios exuberantes eram as rainhas. Nas décadas de 1980 e 1990, as mulheres atléticas é que fazem os homens ficarem ligados. Os homens se adaptam a cada período do tempo, seus gostos são formados pelo que eles visualizam, e o mesmo acontecerá neste novo milênio.“Se você limitar seus olhos à sua esposa somente, seus próprios gostos se adaptarão ao que você visualiza. As forças e as fraquezas dela se tornarão suas preferências. Finalmente, ela estará fora de comparação aos seus olhos.
”Mulheres, busquem a saúde e o bem-estar, mas priorizem o que a Bíblia chama de "homem interior" - o caráter. Homens, valorizem as mulheres pelo que elas são, com seus traços individuais de beleza. E para os casados: lembrem-se que sua esposa deverá ser sempre sua única e linda musa.

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